A rica e fascinante Literatura Brasileira
A Literatura Brasileira (sem nenhum ufanismo) é das mais
ricas, variadas e fascinantes do mundo. Por mais que alguém a conheça a fundo
(e estes “experts”, convenhamos, são pouquíssimos), presumo (e mais que isso,
concluo sem qualquer margem para equívocos, com base na pura lógica), que nenhum
deles a conhece (talvez algum dia conheça, sabe-se lá) em toda sua extensão. Os
maiores especialistas têm, na ponta da língua, autores, livros, estilos etc.
dos “figurões” do mundo literário, das estrelas nacionais, dos que conseguiram projeção
e conseqüente (e rara) consagração. Estes, todavia, qualquer estudante aplicado,
que nem precisa ser aluno de algum curso universitário de Letras, mas do ensino
secundário, conhece, mesmo que superficialmente. Poucos, todavia, atentam para
as características regionais da nossa literatura.
Apesar dos habitantes de cada um dos 27 Estados do País serem,
todos, brasileiros, de falarem e de escreverem utilizando o mesmíssimo idioma,
os escritores de cada uma dessas unidades da federação expressam-se de formas
diferentes. Refletem culturas regionais típicas, próprias, características,
únicas. Valem-se de dialetos locais, nem sempre compreensíveis pelos que
habitam outras localidades. Agem como se pertencessem a países distintos, que
não o Brasil. Ainda assim, bem ou mal, nos entendemos. Muitos expoentes
literários locais são absolutamente desconhecidos em âmbito nacional, embora
sejam muito bons e de não ficarem nada a dever, em termos de criatividade e de
qualidade, aos grandes “figurões”. Cite, paciente leitor, que ache que estou
exagerando, por exemplo, três escritores amapaenses. Ou três sergipanos. Ou
mesmo três paraenses. Ou três de outros Estados, excetuando-se o eixo Rio-São
Paulo. Não conseguiu? Não se amofine. A imensa maioria não consegue. Mas esses
Estados os têm, e em razoável quantidade. E vários são muito bons, na
realidade, são excelentes.
Até mesmo escritores consagrados em âmbito nacional, que
lograram conquistar uma cadeira na seletíssima e elitizada casa de Machado de
Assis são conhecidos por poucos brasileiros. Querem ver como não estou
exagerando? Desafio-os a citarem, sem consultarem o Google, dez membros (não importa
de quando) da Academia Brasileira de Letras. Não conseguiram? É o que pensei!
Contudo, para chegar lá, todos os que lá chegaram reuniram méritos literários
para tal. São (ou foram) mestres da Literatura e do idioma. Em suma, o que
falta, no Brasil, não são escritores. Carecemos, isso sim, de “leitores” em
idêntica proporção aos que escrevem e publicam livros. E, sobretudo, temos
profunda carência de interesse, de reais oportunidades para maiúsculos talentos
que morrem anônimos, mesmo sendo excelentes literatos. Em suma, carecemos de
divulgação.
Há cerca de 50 anos venho me dedicando, de corpo e alma (e
de dois anos para cá em tempo integral, com média de oito horas por dia,
incluindo sábados, domingos e feriados) ao estudo de Literatura: a mundial, mas,
sobretudo, a doméstica, a local, a brasileira. Quando num arroubo narcisista já
acho que conheço, digamos (exagerando) 2% dos melhores escritores e de suas
respectivas obras, de repente, sou forçado a cair na realidade e concluir que
estou distante anos-luz de conhecer até mesmo esse irrisório porcentual. Volta
e meia caem-me, em mãos, livros de autores de que nunca ouvi falar, que jamais
suspeitava que existissem, de qualidade beirando à perfeição, e sou forçado a
admitir que nada sei sobre a matéria. Esclareço que estudo com tanto afinco a
Literatura não por obrigação, por aspirar algum cargo ou posição relacionados
com as chamadas “belas letras”. Nada disso. Faço-o livre e espontaneamente, sem
que ninguém me obrigue e nem cobre, por puríssimo prazer, por se tratar da
minha paixão, daquilo que me diverte e me instrui, que é minha obsessão.
Abordei, nos últimos dez anos, escritores e livros de pelo
menos duas regiões específicas do País (que me lembro): os de Brasília, quando
do 50º aniversário de fundação da “Capital da Esperança” e os da Bahia (neste
caso, apenas os ficcionistas e os mais conhecidos). Cometi inúmeras injustiças,
omitindo autores e obras marcantes e não, claro, deliberadamente, mas por pura
ignorância. E olhem que tratei, apenas, de duas regiões brasileiras específicas.
Tentarei, oportunamente, trazer à baila expoentes dos outros 26 Estados,
consciente de que irei omitir, por desconhecer, dezenas, centenas, quiçá
milhares de escritores. Ainda assim, entendo que essa pesquisa, com todas as
suas falhas, seja válida, para que nós, brasileiros, conheçamos um pouquinho
mais da nossa rica, variada e fascinante Literatura. Começarei – e não me
perguntem a razão dessa opção – por “alguns” escritores de Santa Catarina.
Aguardem-me!!!
Boa leitura.
O Editor.
Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk
Expectativa em alta. Vamos passear por todos os estados.
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