Diário
da dieta
* Por Rodrigo
Ramazzini
Verão. Terça-feira. 08h20min. Visita à
nutricionista Kátia.
- Bom, seu Humberto! Aqui está em detalhes. Faremos
uma reeducação alimentar, ou melhor, uma dieta, aliada à prática da caminhada,
já que o seu médico liberou. Deste modo, com certeza, o senhor reduzirá, dos
seus atuais 94 quilos 250
gramas , algo em torno de três a quatro quilos. Sendo
assim, atingiremos o objetivo desejado. Portanto, entrar em forma e perder a
sua “barriga de cerveja” não será nada impossível ainda para esse verão...
- Certo!
- Faça a alimentação indicada
corretamente e volte daqui a uma semana para a primeira avaliação dos
resultados.
Diário da dieta do Humberto
Quarta-feira: primeiro dia
da dieta, ou melhor, da minha reeducação alimentar. Pela manhã, tomei um café
com frutas. Comi até melão. Odeio melão! No almoço, como me fora indicado,
ingeri poucos carboidratos. Uma pequena porção de arroz, um pedaço de frango
grelhado e inúmeras saladas. E ainda há pessoas que gostam de rúcula! Caminhei
30 minutos. Já é um começo, tendo em vista que quase “enfartei”.
Quinta-feira:
apesar
da constante fome, segui à risca o que a nutricionista prescreveu: caminhada de
33 minutos. Sinto que estou evoluindo, embora ao olhar-me no espelho não se
note diminuição alguma na circunferência da barriga.
Sexta-feira: acordei com
uma fome infernal. Pela manhã, contemplei-me novamente no espelho. Não
verifiquei redução alguma. Já faz três dias que me alimento conforme a
nutricionista. Acho que esse esforço não será recompensado, mas não desistirei.
À noite, quebrei um pouquinho a dieta. Pensei: se eu caminhasse perderia uma determinada
quantidade de calorias. Como joguei futebol com os amigos, perdi um número bem
maior, tendo em vista o superior grau de esforço. Por isso, liberei-me para
ficar no churrasco após o jogo. Com certeza não trará grandes danos à minha
dieta.
Sábado: acordei às sete
da manhã, apesar de ainda estar um pouco tonto devido ao excesso de ingestão de
cerveja no dia anterior. Despertei enjoado e com uma sensação de “peso” no
estômago. Durante o dia, comi tudo conforme fora indicado na dieta. Não
caminhei, pois calculei que o perder calorias caminhando ou cortando a grama,
atividade realizada, seriam as mesmas. À noite (a consciência está pesada por
causa disso), saí da dieta novamente. Era aniversário da minha afilhada, em uma
pizzaria, e confesso, passei-me. Dos 24 sabores de pizza disponíveis, comi 23.
Apenas não ingeri o palmito, que, diga-se de passagem, consta na dieta.
Domingo: visita dos meus
parentes de Arroio dos Ratos para o almoço. Obriguei-me a fazer um churrasco
caprichado e, “infelizmente”, acompanhá-los na cerveja. Comi as sobremesas
também. O café da tarde fora servido repleto de iguarias. À noite, como já
havia “quebrado” a dieta mesmo, alimentei-me da “sobra” de churrasco do almoço.
Segunda-feira: final da
tarde. Estou com uma fome insuportável. Não “devorei” nada o dia inteiro. Preparo-me
para ir à nutricionista amanhã. Ela me xingará, obviamente. Caminhada de 1 hora
e 33 minutos.
Terça-feira,
no retorno à nutricionista:
- Bom vê-lo seu Humberto! Como vai? Já
se sente melhor?
- É...
- Vamos à balança... Deixe me ver... 94
quilos 150 gramas ...
Você emagreceu apenas 100
gramas , seu Humberto. Mas como? Fez tudo como lhe
prescrevi? Seguiu à risca? Inclusive no final de semana?
- Claro, Doutora Kátia! Segui tudo, nos
mínimos detalhes...
* Jornalista e contista gaúcho
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