Festa de aniversário
* Por
Eduardo Oliveira Freire
O menino feliz brincava
com seus colegas em volta da mesa; a mãe ficava preocupada em servir os
convidados e com medo da bebida acabar no meio da festa: “Antônio comprou pouca
bebida”; num canto da sala o pai conversava com um amigo: “estou preocupado em ser
despedido. A coisa tá preta”.
Uma tia do
aniversariante dá uma bolsa de plástico para a filha, diz para ela pegar
"discretamente" alguns docinhos na mesa; um convidado percebeu que o
telefone celular tocava, era a amante de quinze anos (sua vizinha), diz que
estava grávida, a sua mulher com o filho no colo perguntou quem era, ele diz
que foi engano e a distraiu com um papo qualquer.
A avó do aniversariante
comentou com a vizinha que a nora exagerou muito: – não sei a razão de gastar
tanto nessa festa, ela é muito gastadeira–; um outro amigo ficou bêbado e
vomitou na sala, foi ajudado por colegas que o acompanhavam; risos, conversas,
correrias, alfinetadas...
Acabou a festa, a mãe
do aniversariante olhou a casa bagunçada, resolveu fazer uma faxina na madrugada
adentro; o marido já estava a dormir, ia trabalhar bem cedo; o menino foi para
a cama feliz e depois sonhou com o seu aniversário do ano que vem..
* Formado em Ciências Sociais, especialização
em Jornalismo cultural e aspirante a escritor
.
Uma visão semelhante a do meu filho Fernando sobre festas infantis. No final, o resultado é frustrante.
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