segunda-feira, 27 de setembro de 2010




Inútil

* Por Fabiana Bórgia



Perder-se mais de uma vez é inútil. Como o pensar sem ação. Como o desejo sem presença. Como viver sem emoção. Trabalhar sem tesão. Tudo isso é em vão. Inútil. Tão inútil quanto às futilidades, quanto às superficialidades de quem não é capaz de compreender um olhar.
Mera aparência. Viver é um aprendizado. Um processo. Dura apenas alguns anos. Até a morte. Viver é um tiro no escuro. Algo dá errado. Algo dá certo. Verdade mesmo, para a maioria despreparada, é só o que convém. Não é.
Viver sem planos é inútil. Planejar demais é inútil. Sonhar e não buscar é inútil. Inútil é o que não quer mudar. Mas mais inútil do que tudo é afrontar a própria natureza. E deixar de procurar as próprias experiências.


• Escritora por vocação e advogada por formação. Paulista por natureza e carioca por estado de espírito. Engenheira de sonhos: alguém em eterna construção. Autora do livro “Traços de Personalidade”

2 comentários:

  1. E a vida é tão preciosa...seria inútil
    desperdiçá-la tentado ser algo que não
    é.
    Lindo texto.
    Parabéns.
    Abraços

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  2. Muitas vezes nos perguntamos "para quê?". E quando fazemos essa pergunta, geralmente deixamos de fazer.

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