Amor
de irmã
*
Por Vanessa Clasen
Um
amor de irmã é um amor que não se gasta; não se perde; não se
desvanece, porém, perece e renasce a cada sorriso que ela dá ao ver
o mar e as ondas que chama de paraíso.
Amor
de irmã se enternece quando ela não pode surfar e diz que isso é
puro desperdício. Amor de irmã se retroalimenta quando diz “te
amo hoje e sempre”; amadurece quando endureço com a sua ausência
e ela amolece meu coração dizendo que é assim mesmo, um tanto
desligada, mas, o coração continua grande e batendo violentamente,
ainda que a tantas milhas distante.
E
o amor de irmã agiganta-se quando os corações passam a bater
juntos, eu no calor abrasador, e ela no frio acolhedor. E torna-se
invencível quando nos vemos pequeninas no outro lado da tela fria e
nossos maridos se olham com ternura por estarmos tão puerilmente
entrelaçadas e acenam com a cabeça um ao outro quando a conversa
vai e volta da infância, das manhãs regadas a pão com doce de
leite, dos galhos escolhidos da goiabeira, do achocolatado esfriado
ou ‘fiado’ como a caçula conseguia pronunciar e dos ‘jacarés’
surfados nas ondas da Armação…
Nossos
corações agora batem no compasso da saudade, um choro triste e
melancólico por vezes e por outras um samba brejeiro e ingênuo que
eterniza aqueles momentos onde as palavras não são necessárias. E
basta que as irmãs se deitem lado a lado revendo um filme água com
açúcar que já assistiram dezenas de vezes, pousem a mão
delicadamente no braço da outra e sorriam dizendo com o olhar:
-
“Ate breve mana porque os leais sempre se encontram” e, o amor
prevalece atemporal como se nunca houvessem se separado e dissessem
‘Amei, amo e amarei você ontem, hoje e para todo o sempre’…
See
you soon little sister.
*
Jornalista, nascida em Florianópolis, que trabalha como assessora
de comunicação.
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