Feitos para a luta
O
caminho mais curto e infalível para a catástrofe é a omissão. O
omisso é um parasita que se alimenta do sangue alheio. Se quisermos
um mundo melhor e mais justo (creio que todos queremos), em que
imperem a bondade, a solidariedade e a justiça social, temos que o
construir. Ele não irá surgir do nada, num passe de mágica.
Temos
que fazer a nossa parte se quisermos deixar essa sociedade ideal para
nossos filhos, netos e demais gerações. Utopia? Pode ser! Porém
factível se de fato quisermos que assim seja. Prefiro errar (e erro
muito, como qualquer pessoa normal) por ação, jamais por omissão.
Não nos resta outra alternativa se não trabalhar, trabalhar e
trabalhar. E confiar nos resultados do nosso trabalho.
Há
uma crise econômica de longa duração (desde 2015) no País?
Encaremo-la! Passemos por cima dela, com nosso esforço, imaginação
e inteligência! Há muita injustiça no mundo, inviabilizando
relacionamentos entre pessoas, grupos, povos e nações? Atuemos com
energia, fazendo a nossa parte, para mudarmos a situação.
"Não
há bem que sempre dure e nem mal que nunca se acabe", diz a
sabedoria popular. Ajamos, pois, de forma tal que venhamos a calar,
no final deste ano, a voz dos pessimistas, dos derrotistas e das aves
de mau agouro, que sempre apostam no pior. Vamos construir uma
realidade de progresso, harmonia e justiça social, pedra a pedra,
ato a ato, dia a dia, restaurando a democracia, que sofreu duro
golpe, a pretexto de combate à corrupção (que na realidade se
tornou mais corrupta ainda). Temos que conseguir! Vamos conseguir,
com a graça de Deus!
O tempo – não canso de afirmar e de reiterar –, é o maior capital de que dispomos, embora poucos se deem conta e o desperdicem de maneira tola e insensata, como se tivessem diante de si a eternidade. Obviamente, não têm. Desconhecemos sua quantidade e ainda assim gastamos perdulariamente, indevidamente, estupidamente esse precioso e irrecuperável recurso.
Tanto
podemos ter à nossa frente um dia, algumas horas, alguns escassos
minutos ou segundos, quanto uma centena de anos, ou mais, antes que
deixemos a vida e mergulhemos no desconhecido e no mistério. Somos,
sobretudo, testemunhas de uma era, aquela em que nos foi dada a
chance de viver, sobre a qual (pelo menos teoricamente), reunimos
condições de influir e com a qual tudo o que nos diga respeito será
associado. Somos corresponsáveis por tudo e por todos.
O
tempo, todo o tempo (não apenas anos, meses, semanas ou dias, mas
até ínfimos segundos), portanto, é bastante precioso. O que
fizermos com ele pode determinar nosso sucesso ou fracasso,
satisfação ou angústia, felicidade ou infelicidade. Transcorre de
forma sempre igual, no mesmo e inexorável ritmo, de forma imutável,
sem a mínima alteração eternidade afora, embora seu transcurso
seja percebido de maneiras muito diferentes, pelas mais diversas
pessoas, conforme suas circunstâncias e expectativas.
Para
uns, parece passar rápido demais, como se os relógios que o marcam
houvessem enlouquecido, com cada hora parecendo ter a duração de
reles minuto. Para outros, pelo contrário, parece se arrastar,
modorrento e longo, de maneira interminável, com cada dia parecendo
durar uma semana.
O
sábio gerenciamento do tempo, porém, e nossa efetiva participação
na construção de um mundo melhor, mais justo e mais humano, em que
a violência seja, senão banida, pelo menos reduzida a um nível
mínimo e quase imperceptível são as premissas não apenas para um
2018 inesquecível (no sentido positivo), mas para nossa vida toda,
não importa o quanto ela dure.
O
norte-americano John W. Gardner constatou, em lúcido ensaio, o
seguinte: “Fomos feitos para a luta, para a irreprimível luta em
busca da luz. Os nossos processos conscientes podem chegar a
conclusões sombrias, mas uma parte mais velha do eu, de raízes mais
profundas, biológica e espiritualmente obstinada, continua a
abrir-se à esperança, ao esforço e à vida”. Sábias palavras!
Que elas nos sirvam de exortação na travessia desse caminho que
desconhecemos, mas que teremos, forçosamente, que trilhar. Façamos
dessa travessia a mais alegre, profícua e produtiva possível.
Tenhamos
sempre em mente que não existem soluções milagrosas para os nossos
problemas ou felizes acasos que tragam, como num passe de mágica, a
felicidade geral. Nem há nenhuma espécie de determinismo que
deteriore ainda mais uma situação que já seja ruim. Não há
lógica nas ações humanas, que findam por compor a história de
determinado período.
Previsões,
boas ou ruins, acabam por ser superadas tão logo sejam feitas por
fatos supervenientes, absolutamente imprevisíveis. O ano de 2018,
praticamente no início, como todos os outros, será aquilo que nós
realmente quisermos que seja. Não basta, contudo, querer e
permanecer de braços cruzados, à espera que as coisas aconteçam
por si sós. Antes de espectadores, devemos ser os agentes das
mudanças que desejarmos que ocorram.
Boa
leitura!
O
Editor.
Escrevendo,acabamos sendo agentes de mudança. Nisso você é vitorioso, incansável Pedro.
ResponderExcluirO nosso povo não tem o hábito de ler e relembro sempre que, até hoje, nenhum governo investiu decentemente na educação, saúde e emprego digno, resultando disso um povo alienado, que não lê sequer jornal.
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