Só
cego
* Por
Blima Bracher
Ser
poeta é não ter descanso, nem no remanso. Manso é o mundo dos
tolos. Poetas choram e se arrepiam. E rodopiam, tontos de sono.
Preciso
escrever e descrever meu olhar supra real sobre o mundo. Mundano.
Danem- se os covardes. Os que não sangram e não se amassam.
Não estou nem aí pros que saem engomados dos armários. A essência está em pelos arrepiados. E sou toda lágrimas a todo instante.
Descansem
olhos, meus supra olhos. Descansem e me deem descanso. Pois, preciso
escrever e dormir. O sono dos justos, por justa causa.
Mil
pílulas entorno. No entorno da minha cama, meu anjo loiro ressona.
Como são longas as horas e curtas as palavras. Nelas não cabe meu
apelo. Pelo menos queria dormir…
Meus
dentes, bem os tenho na boca. Alinhados e brancos, mas o sorriso não
me é fácil. Invejo as gargalhadas espontâneas. As risadas de Leila
ecoando aos quatro cantos do apartamento enquanto o sol entra pelas
janelas.
Ilusões
juvenis, não mais as tenho. Paixões? Quem me dera ser poeta…
*
Jornalista
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