Lunar
* Por
Flora Figueiredo
A lua
aconteceu hoje rasgada,
pois brigou com um trovão
da madrugada.
Não gostou do seu clarão.
Sentiu-se ultrajada.
Recolheu seu pedaço ferido
e o manteve escondido
daqueles que se amavam sob seu encanto.
Assim incompleta,
a lua amoitou-se numa nuvem preta
e choveu em pranto.
pois brigou com um trovão
da madrugada.
Não gostou do seu clarão.
Sentiu-se ultrajada.
Recolheu seu pedaço ferido
e o manteve escondido
daqueles que se amavam sob seu encanto.
Assim incompleta,
a lua amoitou-se numa nuvem preta
e choveu em pranto.
In O Trem Que Traz a Noite, 2000
*
Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
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