Cantiga
* Por Talis
Andrade
No
morro de Grongonzo
um
morro arredondado
há
cavado um grande lago
transbordando
de tesouros
um
grande lago encantado
onde
dormem submersas
mil
botijas de ouro
Um
lago encantado
não
adianta procurar
quem
suas riquezas viu
duas
vezes não verá
No
morro de Grongonzo
um
morro arredondado
há
levantada uma torre
onde
mora linda moça
parecendo
uma santa
entronada
em um altar
Quem
de longe viu a moça
logo
se anima a namorar
mas
quem se aproxima
vê
a moça se afeando
uma
feiúra de espantar
Nas
terras de São Bento
delirantes
separados andantes
o
morro de Grongonzo
procuram
encontrar
uns
pela fama dos tesouros
outros
pela beleza da moça
e
outros de tão loucos
querem
a moça mais o ouro
esquecidos
de que
quem
viu o morro
duas
vezes não verá
(Do livro
“Romance do Emparedado”, Editora Livro Rápido – Olinda/PE).
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e
Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes
jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal
do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem
11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem”
(Editora Livro Rápido).
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