quinta-feira, 10 de março de 2016

Tempo


* Por Gustavo do Carmo


Parado

Ficou parado no tempo, que não parou para esperá-lo. Seguiu seu caminho e o deixou para trás.

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Blefe

Estava sendo muito pressionado pelo pai a trabalhar no bazar da família. Anunciou que um conto que escreveu seria filmado por um cineasta francês. Era um blefe para ganhar tempo.

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O Tempo não para

— O tempo não para, dizia o poeta. Mas o meu parou. O relógio enguiçou mais uma vez.

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Relógio

Seu tempo parou. Acabara de perder o relógio de 500 mil dólares do patrão.

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Discurso

Deu o que falar. Quase não terminou o discurso a tempo de entregar para o marido deputado.

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À frente

Era um homem à frente do seu tempo. Era sempre o primeiro a chegar no trabalho. Mesmo assim, ficava sempre pra trás.

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Assassino

Matou o tempo. Agora ficou sem nada pra fazer.

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Atropelado

Corria contra o tempo. Até que foi atropelado por ele.

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Senhor

Era um senhor tão bonito. Mas era surdo. Tinha que chamar várias vezes para ele responder: TEMPO, TEMPO, TEMPO, TEMPO.

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Teste

Foi do céu ao inferno em 3,7 segundos. Tempo que levou para acelerar o superesportivo, perder o controle, se espatifar no muro e explodir.

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* Jornalista e publicitário de formação e escritor de coração. Publicou o romance “Notícias que Marcam” pela Giz Editorial (de São Paulo-SP) e a coletânea “Indecisos - Entre outros contos”.
 Bookess - http://www.bookess.com/read/4103-indecisos-entre-outros-contos/ e
PerSe -http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/WF2_BookDetails.aspx?filesFolder=N1383616386310
Seu  blog, “Tudo cultural” - www.tudocultural.blogspot.com é bastante freqüentado por leitores




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