quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Chamamento


* Por Carmo Vasconcelos


Se dois vates numa hora de penumbra
Se enleiam como as algas sobre o mar
Sua palavra rendada a navegar
Chama-nos para o abraço que deslumbra

E nessa maré forte nos arrastam
Sem que haja vela ou remo a suspender
A espuma do seu verso a engrandecer
Poéticas que as ondas já desgastam

E é desse chamamento de nobreza
Que emerge essa atração que nos arrasta
A seguir-lhes a verve em correnteza

Imitação dos mestres nos impele
A depurar nossa palavra gasta
E a vestirmos com arrojo a sua pele


* Poetisa portuguesa

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