quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Travo


* Por Lêda Selma


Este amargo no meu verso
é dor deixada ao relento,
é mofo de amor arredio,
resto de coisa estragada.
Este cheiro no meu verso
é hálito de beijo dormido,
é suor de desejo magro,
sobra de amor confinado.
Este frio no meu verso
é saudade amanhecida,
é silêncio a mascar vazios,
restolho de amor puído.
Este travo no meu verso
é mofo, é hálito, é frio,
revés, avessos, saudades,
despojos de amor sozinho.


* Poetisa e cronista, licenciada em Letras Vernáculas, imortal da Academia Goiana de Letras, baiana de Urandi, autora de “Das sendas travessia”, “Erro Médico”, “A dor da gente”, “Pois é filho”, “Fuligens do sonho”, “Migrações das Horas”, “Nem te conto”, “À deriva” e “Hum sei não!”, entre outros.

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