Todos
dias eu digo
* Por Nei Duclós
Todos
os dias eu digo:
escreverei
um poema
Todos
os dias eu falho
escrevo
acontecimentos
O
poema é a notícia
que
não veio
que
ficou no meio
censurada
pelo tempo
(pela
caneta
de
um funcionário alheio)
Pois
o tempo é exigente
e
exerce o medo
como
um cão no jardim
de
olho azedo
Todos
os dias eu pulo
no
quintal seco
e
sou mordido no ventre
(lugar
onde o vento
não
chega)
De
mim nascerá um filho
talvez
eu mesmo
que
não morrerá tão cedo
Até
lá
mil
gerações
tombarão
antes do tempo
(a
eternidade não tem
a
pressa que eu tenho)
*
Autor dos livros de poesia: “Outubro” (1975), “No meio da rua” (1979) e “No
mar, Veremos” (2001); e do romance: “Universo Baldio” (2004). Jornalista desde
1970 e bacharel em História. Trabalha em Florianópolis, onde é editor-executivo
de duas revistas.
Quem ilustra o poema? Quem é a pessoa que está imagem?
ResponderExcluirUm blog que pensa não pode ficar mudo. Quem é a pessoa que está imagem?
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