segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Amanhã é outro dia


* Por Talis Andrade


Do jornalista
o trabalho cotidiano
da colheita
De tarde a notícia
De noite o trevo

O jornalista vive
como em tempo de peste
Beber divertir-se
na dança macabra
da madrugada
a dança de São Vito
É tudo aqui-e-agora
que no meio da vida
seremos surpreendidos
pela morte

O jornalista vive
o presente finito
Tudo que escreve
tem a louvação
de um dia

O jornalista vive
o instante
a emoção
do amor
de uma noite

O jornalista vive
o pressentimento
Amanhã pode ser dia de desemprego
Amanhã pode ser dia de enterro

(Do livro “Romance do Emparedado”, Editora Livro Rápido – Olinda/PE).


* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).

Um comentário: