Literário

Pílulas literárias 164

* Por Eduardo Oliveira Freire

RUGIDO

- Papai, está brabo?

- Coisas do trabalho, filho.

- Será que fazer um desenho não te acalma? -. O menino lhe trouxe um papel e seu conjunto de lápis de cor.

- Tá bom...-. O homem começou a desenhar, ficou absorto por alguns minutos como se sua alma viajasse a lugares bem distantes.

- Você desenhou um leão feroz. Prende ele, pai..

- É só desenho, filho.

- Prende, pai!

- Que bobagem, filho, vou rasgar.

Ouviram, de repente, um rugido ecoar por todo bairro. Muitos ficaram apavorados, parecia que um leão caçava nas redondezas.

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A MÁSCARA

Está numa loja de antiguidades. A jovem entra e a vê. Por impulso, a rouba. Coloca no rosto. Vive intensamente experiências nunca imaginadas e goza cada momento.

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É encontrada morta na cama de um hotel barato. A máscara retorna para loja. Outra jovem entra e a vê...

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MATA ESCURA

Eu morava com o pai e a mãe em uma casa que parecia um ovo. Um dia, roubei a chave que meus velhos escondiam no quarto onde dormiam e saí para a mata escura que sempre tive curiosidade de explorar. Era um lugar de dar medo e sua escuridão me contaminava. De repente, vi uma fera me espreitando. Peguei meu canivete e fiquei à espera. Avançou em cima de mim e a atingi no olho. A besta fugiu. Quando retornei, minha casa estava em ruínas e meus pais haviam desaparecido. Completamente sozinho, me embrenhei na mata escura.

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ACONCHEGO

Vago pela cidade à procura de alguma coisa. Pego no bolso uma foto mal tirada de uma tarde azulada e uma bola desfocada no céu, que parece a lua. Sinto-me bem, passei um momento de paz nesse dia.

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CONSTANTE MOVIMENTO

Por esses dias, o céu estava refletindo o que acontece dentro de mim. Nuvens carregadas convivendo com nuvens mais leves e o azul do céu. Um caos em constante movimento.

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OUTROS

Estava no ônibus e percebeu que uma foto caiu da bolsa de uma mulher que iria saltar. Chamou-a e quando ela virou, deu-lhe um sorriso. Ele a reconheceu, também, e olhou para fotografia: Eram os dois em outra época. Resolveram se conhecer novamente, já que eram outros há muito tempo.

* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor