terça-feira, 16 de abril de 2013


Destas mãos desertas

* Por Carmo Vasconcelos

Destas mãos desertas
transpiram cansaços
de noites despertas
por rotas incertas
vazias de abraços

@@@

Destas mãos sozinhas
as linhas cruzadas
gemem ladainhas
quais cantarinhas
de asas quebradas

@@@

São linhas e linhas
na pele gravadas
veredas velhinhas
ruas estreitinhas
cruzes acartadas

@@@

Tua mão aguarela
nas minhas pintou
mais uma ruela
mais uma viela
que o tempo fechou

@@@

E quando moinhas
saudosas me acodem
dessa mão nas minhas
minhas mãos sozinhas
logo para ti fogem

@@@

Carpindo lamentos
paixões deslaçadas
desse e doutros tempos…
Sepultam momentos
nas linhas traçadas
  

   * Maria do Carmo F. Vasconcelos de Figueiredo é poetisa portuguesa

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