quarta-feira, 25 de agosto de 2010




A pedidos

* Por Flora Figueiredo

Querem um verso,
mas não sou capaz.
Vejo a palavra fraturar
as entrelinhas,
tento soldá-las,
mas não são minhas.
Rompeu-se o verbo
e me deixou pra trás.



(Do livro “Amor a Céu Aberto”, Editora Nova Fronteira, 1992 - Rio de Janeiro, Brasil)


• Poetisa, cronista e tradutora, autora de “O trem que4 traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.

3 comentários:

  1. Tentar soldar as entrelinhas é uma imagem forte, e possivelmente inédita.

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  2. As palavras às vezes nos pregam peças.
    Nem sempre nos compreendem.
    Seus versos são claros e como os entendo...
    Abraços

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  3. Que lindo! E pensa que não fez poesia?
    Imagine se fizesse!...

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