sábado, 16 de junho de 2018

Dor de cotovelo - Flora Figueiredo


Dor de cotovelo

* Por Flora Figueiredo

Dor de Cotovelo.
Deve ser tratada com dignidade.
Não é virose,
epidemia ou artrose,
nem mesmo falha de envelhecimento.
Independe da idade.
Costuma dar a sensação
de um escuro profundo,
onde a luz não chega,
onde a esperança é cega
e nossa estima é o rodapé do mundo.
Não acredite !
Como esse mal não transmite
nenhum perigo fatal,
poder ser prazeroso o colo de um amigo,
um abraço forte, como abrigo,
uma palavra doce, um cafuné.
Acima de tudo, que se mantenha a fé.
Muito pior do que passar por isso
é sonegar emoção,
evitar o risco e o compromisso,
esconder-se atrás das grades da razão.
Quem hoje por amor está sofrendo,
Só por amar, já merece estar vivendo.


Poetisa, cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça - às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal, seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida. 


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