Você
sabe como aprender brincando?
* Por
Luciane Evans
Vira
e mexe a professora sempre solta aquele sermão: “Gente, tem hora
certa para brincar e para aprender?” E quando ela diz isso,
salve-se quem puder! É hora de sentar e prestar muita atenção, sem
dizer nenhum pio. Afinal, todo mundo sabe que em sala de aula
brinquedo e brincadeiras não entram. Será?
Alunos
das escolas públicas em Minas Gerais querem provar que aprender pode
ser muito mais divertido do que se imagina. Sabe aqueles jogos de
tabuleiros, que nos fazem ficar de olhos vidrados, sem piscar? Pois
é. Nessas escolas eles foram parar dentro da sala de aula e são
verdadeiros companheiros de meninos e meninas na hora das lições de
português, matemática, raciocínio lógico e conhecimentos gerais.
Quem
ensina como se joga um deles é Diego Rocha, de 11 anos, aluno da 4ª
série da Escola Municipal Professora Helena Abdala, no Bairro Jardim
Vitória, na Região Nordeste de Belo Horizonte. “O nosso brinquedo
é um tabuleiro de letras e números. Cada jogador tem uma peça para
jogar. Quando ela é colocada em cima da letra L e do número 5, por
exemplo, o participante tem que dizer cinco palavras que comecem com
a letra L”, exemplifica Diego, que diz ter aprendido muito com tudo
isso. “É sempre um aluno contra o outro. Já fui vencedor várias
vezes”, recorda-se, orgulhoso. Ele e os colegas, com a professora,
vão começar a construir o próprio jogo. “Vai ser muito legal”,
aposta.
A
ideia de levar o que era da hora do recreio para a sala de aula não
é de hoje. Começou há 27 anos, em Curvelo, na Região Central de
Minas, no Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD). Na
época, o objetivo era saber se crianças podiam aprender brincando.
Cerca de 100 meninos e meninas toparam o desafio e começaram a
construir, com os educadores, jogos voltados para o aprendizado. Deu
certo. “Existia o Davidson que sempre repetia o ano em matemática
mas era muito bom em dama. Então, montamos um tabuleiro que
misturava as duas coisas. Ele se deu bem”, conta o presidente do
CPCD, Tião Rocha. Já foram criados 2 mil brinquedos. Em Minas
Gerais, por meio de uma parceria entre o Banco Mercantil e o CPCD, os
jogos estão chegando às escolas públicas.
Fonte: Jornal
Estado de Minas
*
Jornalista.
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