Pai
* Por
Maria Luíza Falcão
(Dedicado
ao meu irmão, um exemplo de pai)
Em
tempos de pais modernos - quando digo pais, leia-se o homem pai –
já é comum e socialmente aceito o pai dono de casa. Modernidade ou
contingência, muitas vezes até opção do casal, é normal vermos o
homem que trabalha em casa. Não só os que têm em casa seu
escritório, virtual ou não, mas os que em casa trabalham para a
família: cuidam da casa, da alimentação, das roupas, compras, e
principalmente, dos filhos. Ah... os filhos…
Para
alguns homens, isso pode parecer estranho, até mesmo inimaginável.
Ser dono de casa, uma tarefa tradicionalmente delegada às mães,
parece pressupor uma feminilidade impossível aos homens. Dedicação
total, ternura, compreensão e carinho pareciam ir no caminho inverso
da força, firmeza e autoridade esperadas de um pai.
Mas
eles estão provando sua masculinidade nesta nova função, assim
como mulheres em funções outrora masculinas, atuam femininamente.
Ser
pai, dono de casa já é uma realidade e sei que muitos destes
abnegados homens têm desempenhado esta função com louvor.
Incompreendidos, às vezes sofrendo preconceito de uma sociedade
machista, eles seguem em frente e, amorosamente, criam os filhos.
Ah... os filhos…
Ontem
li no facebook o relato que segue. Conheço o autor do texto, sua
história e a página de vida que está vivendo. Injustiçado,
caluniado, ferido no corpo e na alma, ele nos brinda com seu
depoimento de pai. Um exemplo para tantos pais.
Desejo
neste dia dos pais, que os que lerem este texto, caso ainda não
tenham compreendido sua nobre missão de pai neste mundo, que se
tornem um pai presente, em tudo, para tudo e a todo momento. Seus
filhos agradecem, e os filhos deles, agradecerão também.
“Sempre
olhava as páginas do face dos meus amigos e ficava feliz e orgulhoso
por todos terem seguido suas vidas acadêmicas e terem feito
mestrados e doutorados e serem felizes e realizados em suas
profissões. Sentado planejando como seriam as minhas vendas e
fazendo meus bordados pensava em minha simples vida, mas quando via o
sorriso e as perguntas dos meus três filhos e podia lhes dar carinho
eu tinha a alegria de saber que nunca trocaria aqueles momentos por
nada neste mundo. Esse é o meu legado, meu doutorado e meu orgulho.
Fui e sou o melhor pai que pude ser e me orgulho de cada acerto e
tropeço desta trilha. O resto é confusão da vida que logo vai se
aclarar. Saudades”.
*
Escritora
e artista plástica.
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