Ronildo
Maia Leite
* Por
Clóvis Campêlo
Sobre
a sua morte, assim se pronunciou o jornal Estado de São Paulo, em
nota assinada pela jornalista Angela Lacerda:
“Foi
enterrado na manhã de hoje no Cemitério Morada da Paz, em Paulista,
Pernambuco, o corpo do jornalista Ronildo Maia Leite. Pernambucano de
Garanhuns, Ronildo conquistou quatro prêmios Esso de Comunicação -
regionais - e escreveu 15 livros. Ele tinha 78 anos e deixou oito
filhos de três casamentos e 11 netos. Sua morte foi causada por uma
infecção respiratória. Ronildo se formou na primeira turma de
jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, passou por quase
todos os jornais do Estado, foi repórter da revista Veja,
colaborador da IstoÉ e chefiou durante 19 anos a redação
Norte-Nordeste do jornal O Globo”.
Segundo
a Enciclopédia Nordeste: “Ronildo Maia Leite nasceu em Garanhuns
a 30 de outubro de 1930. Estreou no jornalismo aos 13 de anos
de idade, em Garanhuns, sua cidade natal, no extinto Garanhuns
Jornal. Em 1951, ingressou no Jornal Pequeno, do Recife, de onde
saiu, em 1955, para o Diário de Pernambuco. Formado pela primeira
turma de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, foi
laureado da Cadeira de Técnica de Jornal, recebendo o prêmio
instituído pelo Moinho Recife. Em 1963, foi secretário de Redação
da Última Hora, Edição Nordeste, cuja circulação foi
interrompida pelo movimento militar de 1964. Foi preso no instante em
que preparava, ao lado de Múcio Borges da Fonseca e Eurico Andrade,
uma edição extra sobre a resistência dos governadores nordestinos.
Entre 1967 e 1970, ocupou a Secretaria de Redação do vespertino da
empresa Jornal do Commercio, conquistando dois dos três prêmios
nacionais de melhor manchete, conferidos pela Northon Publicidade,
com os títulos de primeira página: Um branco fuzilou a paz
(assassinato de Martin Luther King) e Praga vermelha: é o sangue dos
jovens (invasão da Tchecoslováquia pelas tropas russas). Ganhou
quatro Prêmios Esso: com as reportagens A Cidade Invicta (a
experiência democrática do Recife em 1945) e Exu – 200 anos de
guerra (a luta entre as famílias Alencar e Sampaio, de Exu), ambas
publicadas pelo Diario de Pernambuco; 10 anos da Anistia e Pernambuco
no centro do golpe, cadernos especiais produzidos pela equipe do
Jornal do Commercio; além de uma Menção Honrosa, do mesmo prêmio,
com o texto Baleia dando sopa na costa, japonês fisga, publicado na
Revista do Nordeste. Morreu no Recife, a 05 de julho de 2009, um ano
depois de sofrer um acidente vascular cerebral”.
Poderíamos
aqui colocar diversas outras menções à competência profissional
de Ronildo Maia Leite e aos prêmios por ele recebidos. Afinal, era
um grande e respeitável jornalista. Autor de vários livros e membro
da União Brasileira dos Escritores, Seção de Pernambuco, foi por
nós fotografado no seu apartamento, situado na Rua Maestro Nelson
Ferreira, em Jaboatão dos Guararapes, em 1991, para o trabalho do
Grupo 3 intitulado Escritores Pernambucanos Contemporâneos –
um levantamento fotobiográfico, o qual, por falta de patrocínio,
nunca chegou a ser publicado.
Em
janeiro deste ano, em parceria com a Câmara Municipal do Recife, a
Prefeitura da Cidade do Recife o homenageou dando o seu nome à
Biblioteca Popular de Afogados.
*
Poeta, jornalista e radialista.
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