segunda-feira, 20 de junho de 2016

O canto dos sabiás


* Por Alexandre Bonafim


Serão de mortos anjinhos
O cantar de errantes almas,
Dos coqueirais florescentes
A brincar nas verdes palmas,
Estas notas maviosas
Que me fazem suspirar?

São os sabiás que cantam
Nas mangueiras do pomar.

Serão os gênios da tarde
Que passam sobre as campinas,
Cingido o colo de opalas
E a cabeça de neblinas,
E fogem, nas harpas de ouro
Mansamente a dedilhar?

São os sabiás que cantam...
Não vês o sol declinar?

* Poeta, contista, cronista, crítico literário, professor e mestre em Literatura. Autor do livro “Biografia do deserto”.


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