sábado, 25 de junho de 2016

Menino


* Por Emanuel Medeiros Vieira


PARA CIDA E ARNOLDO


 “E por amor de ti, em guerra o tempo enfrento.
 Quanto ele em ti suprime, é quanto te acrescento.”
 (Shakespeare)


 Aqui não estás (mas “sinto” a tua presença imanente).
 Não vi o primeiro dente, os cabelos aparecendo
 mas estás aqui, no lado esquerdo do peito
 teu sorriso inunda a casa
 sempre restará a memória,
 e parece tão pouco
 não esqueço do teu sorriso,
 da tua imensa ternura
 apenas um ser – e sempre um ser
 Colho uma pitanga no meio destes verdes – percebo que esse amor
 vai à eternidade, e no exato momento desta escrita, alguns
 pássaros estão cantando.
 Ou é muito tarde – sempre
 Amo-te menino – nada deterá esse amor.
 Nele não existe oblívio – estaremos juntos: para sempre.

(Brasília, fevereiro de 2014)

* Romancista, contista, novelista e poeta catarinense, residente em Brasília, autor de livros como “Olhos azuis – ao sul do efêmero”, “Cerrado desterro”, “Meus mortos caminham comigo nos domingos de verão”, “Metônia” e “O homem que não amava simpósios”, entre outros. 



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