Outrora
* Por
Núbia Araujo Nonato do Amaral
Não me toques, pois
não estou pronta para ti.
Não me beijes enquanto
sentir na ponta da língua
o gosto de outrora.
Dar-me-ei por inteiro, sem
sobras.
Abrirei meu coração sem
reservas.
Deixe que o vento carregue
as lembranças, deixe que o
tempo apague da memória
a resignação de quem se
contentava com tão pouco.
Te permitirei fazer-me feliz
se assim quiseres.
Aceitarei a flor e usarei o perfume
de tua preferência.
Permita que a conquista aconteça
aos poucos, sem a urgência de uma
tempestade que arranca pedaços,
quando fechares os olhos
roubarei de ti um beijo e um
suspiro.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
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