Não temeis...
* Por
Emanuel Medeiros Vieira
(Ouvindo “Fado
Tropical”)
PARA ADÉLIA – GENEROSO
CARVALHO – COM IMENSA SAUDADE
Não temeis a Morte.
E o tempo?
Também não temas essa
brevidade infinita, essa linha que não se detém, a ruga, o ritual da passagem –
e fostes de uma fortaleza exemplar.
Vivemos um tempo sem
tempo.
Sem pausas – de
conexões incessantes.
(E de soluços
escondidos.)
Perdemos o outro.
Um tempo sem pausas,
e alienados de nós
mesmos vagamos.
Já não escutamos os
pássaros, já não sentimos o cheiro da grama orvalhada.
Estamos à beira de um
precipício de ausências – e de ausência do Humano.
(Brasília, novembro de
2014)
*
Romancista, contista, novelista e poeta catarinense, residente em Brasília,
autor de livros como “Olhos azuis – ao sul do efêmero”, “Cerrado desterro”,
“Meus mortos caminham comigo nos domingos de verão”, “Metônia” e “O homem que
não amava simpósios”, entre outros.
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