Infiltrações perigosas
* Por Roberto Corrêa
Os adversários, aberta e ocultamente não param de desenvolver os seus
objetivos todos, evidentemente, contrários ao posicionamento dos
tradicionalistas “normalmente” acomodados. Trabalham à socapa imbuídos daqueles
princípios maquiavélicos de que as bases, os fundamentos é que precisam ser
destruídos.
Jogam com assuntos que “inocentes” tão cedo perceberão a verdadeira
finalidade, pois são temas verazes, mas no fundo de muita controvérsia. Na
calmaria dos assuntos volta e meia querem remexer no passado com suposições
sobre a morte do Jango, supondo tratar-se de envenenamento.
Do Juscelino, agora mais recente, chegaram a grandes reportagens com
alegação de atentado ouvindo depoimentos de motoristas e a pericia alegando que
um deles ter recebido tiro na testa.
No Estadão de 17 de outubro de 2013, já na primeira página destacam que
J. Goulart será exumado em 13 do mesmo mês. Os mortos deveriam descansar em paz
(requies in pacem), e não volta e meia serem escarafunchados, geralmente por
escusos interesses, na expectativa (vã), de se descobrirem o possível motivo da
“causa mortis”,
Outro tema controvertido, por coincidência também veiculado neste mesmo
jornal e no mesmo dia, refere-se à publicação das biografias. Desde as primeiras
iniciações literárias nossos mestres sempre ressaltaram o valor dessas obras e
assim quase todo mundo se interessa por tais textos.
Acontece porem, com a dissoluta evolução dos costumes e as facilidades
de se imprimirem livros, as biografias começaram a surgir como bananas,
qualquer um se encorajando a fazer a própria autobiografia...
Dos famosos, parece-me que Roberto Carlos foi o primeiro a se insurgir
contra uma delas, exigindo que trechos que considera desabonadores fossem
suprimidos. Razão tem o Rei, pois o Código Penal classifica como crimes a
difamação e a injúria (artigos, 139,140). E não há qualquer constituição que
possa invalidá-los.
Assim para biografias torna-se evidente o consentimento do biografado ou
de seus herdeiros se já se encontrar falecido.
Dois princípios da natureza humana insitos no indestrutível direito
natural recebem essas estranhas infiltrações: no primeiro parágrafo bolem com
as coisas mortas, prescritas, que nada mais representam para a vida atual e no
segundo pretendem enfrentar todos os direitos, prevalecendo apenas aquele que
consideram único e absoluto: a liberdade.
* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da
Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e
Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas.
Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se
aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles
"Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo
Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e
Curiosidades, O Homem Só.
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