Horário de verão (oportunidade perdida)
* Por Roberto Corrêa
Nossos administradores se encontram incapacitados de agradar ou agraciar
grande parte dos seus administrados, por exemplo, daqueles que detestam o
denominado horário de verão. Perderam a excelente oportunidade de demonstrar
que seriam capazes de praticar algum mínimo ato benéfico para boa parte da
população.
A economia gerada por essa hora da mexida no fuso horário da vida normal
das pessoas, benéfica mais para as empresas fornecedoras de energia é muito
pequena e deveria desaparecer o quanto antes da programação anual (aliás, não é
estabelecido para todo o Brasil). Esse teste serve para aquilatar que a
situação nacional continua indefinida, assinalando que a política
exclusivamente conservadora chegou ao fim da linha.
O que se nota no fundo desse malfadado horário é o “presente grego” para
os mais pobres, que além das dificuldades que encontram no cotidiano, têm de
levantar uma hora mais cedo para dirigir-se ao trabalho ou local de seus
compromissos.
O pessoal mais abastado ou da nova classe C para cima continua se
levantando na mesma hora de sempre (ou seja, uma hora mais tarde) e atualizando
seus compromissos adaptando-os dentro dessa hora (para mais ou para menos) , e
assim “la nave va.”
Na atualidade cogita-se tão pouco desse malfadado horário, muito
comentado em anos anteriores porque, nas proféticas previsões populares,
grandes e proficientes modificações deverão ocorrer até as próximas eleições
como sinalizam diariamente as revoltosas manifestações de rua, restando esse
probleminha, portanto, como insignificante.
O movimento anárquico, transmudado em mascarados e “bad blocs”, ou black
blocs pôs as manguinhas de fora de maneira violenta, quebrando tudo que
encontra pela frente. E a Polícia não encontra “meios fortes” para impedi-los,
porque os defensores da “pura democracia” entendem que não se pode impedir “a
liberdade” de manifestação.
Os “bad” ou blacks estão pouco se lixando com os danos causados,
inclusive com os vultosos prejuízos financeiros que estão acarretando para o
país (nós os cidadãos e contribuintes portanto): depredam ou arrebentam
vidraças de bancos, de lojas, postes, semáforos, viram e incendeiam automóveis
e ônibus etc.etc. Horário de verão é “fichinha” ante essas barbaridades.
* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da
Academia Campineira de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e
Genealógico, de Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas.
Formou-se pela Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo. Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se
aposentou como Procurador do Estado. É autor de alguns livros, entre eles
"Caminhos da Paz", "Direito Poético", "Vencendo
Obstáculos", "Subjugar a Violência”, Breve Catálogo de Cultura e
Curiosidades, O Homem Só.
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