Notícias alvissareiras
* Por Roberto Corrêa
Como é bom receber notícias alvissareiras. A presidente Dilma nos
brindou na sexta-feira 6 de setembro no horário nobre da tevê com fala de
excelente mensagem, não apresentando nenhuma sombra de pessimismo. Tudo bom,
ótimo, o Brasil se saindo bem em todos os setores, administrativos, executivos,
empresariais etc. etc. Senti-me plenamente reconfortado e, mais uma vez me
ocorreu à mente se dos noticiários em geral constassem apenas as boas
mensagens, as más fossem divulgadas pela mídia eletrônica somente a partir das 23
horas, evitando que crianças e adolescentes se impregnassem do conteúdo de
crimes e tragédias que crescem diariamente.
Tal procedimento não representaria censura, mas expresso cumprimento do
inciso II do artigo 220 da Constituição Federal que disciplina a forma de
manifestação do pensamento: “estabelecer os meios legais que garantam à pessoa
e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de
rádio e televisão que contrariem o disposto no artigo 221, bem como da
propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao
meio ambiente.”
Infelizmente o otimismo da presidente, expresso em seu pronunciamento,
ao que parece, tem fins meramente políticos e sem dúvida, as perspectivas para
as próximas eleições não são nada alvissareiras. As badernas ocorridas
principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo no 7 de Setembro demonstram que
o bloco dos anarquistas se encontra bem constituído, anônimo e mascarado, e se
dispõe a enfrentar as formas normais de policiamento.
A inexperiência do governo de lidar com crises nitidamente previsíveis,
pode lhe custar caro. Para tudo caminhar na normalidade desejada seria
necessário imediata redução de alguns impostos, sendo mais prático baixar o
preço da gasolina pelo menos em um real, dos pedágios e dos transportes
públicos. Sem efetiva redução visível e imediata do custo de vida a população
continuará insatisfeita.
Então, sem dúvida, o grupo dos baderneiros voltará a agir e as próximas
eleições correrão diversos riscos, inclusive o de não se realizarem. Tomara que
me encontre redondamente enganado e a Divina Providência, pela oração de seus
fiéis, mais conscientes e devotados obtenham graças maiores e melhores para o
país, nesses momentos tão difíceis.
* Roberto Corrêa é sócio do Instituto dos Advogados de São Paulo, da Academia Campineira
de Letras e Artes, do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico, de
Campinas, e de clubes cívicos e culturais, também de Campinas. Formou-se pela
Faculdade Paulista de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Fez pós-graduação em Direito Civil pela USP e se aposentou como Procurador do
Estado. É autor de alguns livros, entre eles "Caminhos da Paz",
"Direito Poético", "Vencendo Obstáculos", "Subjugar a
Violência”, Breve Catálogo de Cultura e Curiosidades, O Homem Só.
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