Chá
* Por
Núbia Araujo Nonato do Amaral
Enquanto a água ferve na
chaleira, a memória se
desenha na fumaça
perfumada.
Desenrola-se como um
novelo embolado nas patas
do gato.
ora estica, ora afrouxa.
O apito me avisa que está
na hora do chá.
solenemente sento-me
na poltrona. A vida não
roubou de mim todo
o viço.
Derramo algumas gotas
na toalha de richelieu.
O tempo, ah, o tempo...
Lanço de lado um sorriso
absorvendo as lembranças
que o passar dos anos
não apagou.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
Memórias, lembranças, novelos. Nada como um chá para soltar as rédeas do pensamento e trazer de volta as coisas boas lá de trás.
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