Canto dos emigrantes
* Por
Antonio da Cunha Melo
Com seus pássaros
ou a lembrança de seus
pássaros,
com seus filhos
ou a lembrança de seus
filhos,
com seu povo
ou a lembrança de seu
povo,
todos emigram.
De uma quadra a outra
do tempo,
de uma praia a outra
do Atlântico,
de uma serra a outra
das cordilheiras,
todos emigram.
Para o corpo de Berenice
ou o coração de Wall
Street,
para o último templo
ou a primeira dose de
tóxico,
para dentro de si
ou para todos, para
sempre
todos emigram.
· Escritor, sociólogo e jornalista
pernambucano, falecido em 13 de outubro de 2007
"Canto dos Emigrantes", de Alberto da Cunha Melo, possui duas versões musicais e a performance de Lirinha (Cordel do Fogo Encantado). Foi escolhido para duas antologias importantes e pertence ao livro "Noticiário", um marco na poesia brasileira.
ResponderExcluirÉ verdade José Calvino. Que Lirinha leva multidões ao delírio. Estava disponibilizado gratuitamente no SCRIBD: http://www.scribd.com/doc/2539077/Noticiário.
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