* Por Talis Andrade
Há muito tempo
me fragmento
por trás do espelho
Há muito tempo
não me animo
sair para rua
O isolamento vicia
Há muito tempo
se aparecesse
uma companhia
não saberia
compartir
os espaços
do dia
Há muito tempo
o tormento
de um isolamento
que nenhum deus vigia
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
Identifiquei-me com este poema, meu amigo. No momento, morando sozinho, esta solidão viciou-me, tornando-me um quase eremita (rsrs). Não sei se Byron estava certo quando disse: "É na solidão que estamos menos sós." Ou esta de Sartre, com seu humor sarcástico: "Se você sente tédio quando está sozinho é porque está em péssima companhia."
ResponderExcluirForte Abraço ! Edir Araujo
Gosto do silêncio que a solidão
ResponderExcluirme proporciona e ao contrário de Sartre
como citou o nosso amigo Edir, não sinto
tédio quando estou "comigo".
Abração Talis
Eu também aprecio este silêncio primoroso que só a solidão pode nos proporcionar. Para escrever então, é ótimo. Não se corre o risco - desagradável - de ser interrompido. Penso que há uma estreita relação entre a solidão e o ato de escrever. Que o diga Blase Pascal nesta citação : "Escrever é uma atividade ingrata. Leva à solidão "
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