Ecos
* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral
Ecos do além
me assombram
fecho os olhos
bem apertado
e tapo os ouvidos
disfarçando um terror
insano, mas os
pelos de meus
braços eriçados
denunciam-me.
Um calor me abraça
sinto de leve
um afago no rosto.
Viestes de longe
para me resgatar.
Respiro fundo
numa saudade
comprida...
te deixo partir
com a promessa
de um até breve
* Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário
segunda-feira, 18 de junho de 2012
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se compreendi o poema, senti nas entrelinhas a indesejável visita da morte, sempre iminente.
ResponderExcluirGostei muito, desperta profundas reflexões.
Olá Edir, obrigado por comentar. Aqui cabe a interpretação que for melhor pra ti, hoje encaro a morte apenas como uma passagem, seria bom se houvesse outro jeito...mas o que dói mesmo, é a fatal constatação de uma separação derradeira, não mais a companhia, não mais as discussões acaloradas, não mais o carinho. E aí...do nada uma brisa vinda de longe traz aquele gostinho de volta, são segundos, que valem como uma promessa. É isso amigo.
ExcluirAbraços
A minha mãe tinha pavor de almas de outro mundo, de forças do além. Felizmente não gasto medo com isso. É que outros acabam por me ocupar o pensamento. Entendi uma visita de alguém que já morreu, mas pelos comentários de vocês, vejo que é a visita da morte.
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