Viajar no Natal? Viver?
* Por
Isabel Furini
Doroteia, sempre
recatada, começou a mudar. Aos cinquenta e oito anos, idade em que outras
mulheres abandonam a vaidade e deixam crescer a barriga, a Doroteia, pelo
contrário, aposentou-se e começou a comprar roupas mais modernas, coloridas,
algumas com decotes, bijuteria cara. Passava horas no shopping. Ficou muito
vaidosa.
Doroteia queria
dançar. Decidiu viajar para o Havaí no Natal para aprender a dançar hula-hula.
Suas amigas acharam sua atitude estranha, criticavam-na. Mas Doroteia não
desistiu e foi até uma agência de viagens.
-Voltará triste e
deprimida - falava pelas costas Ritinha, sua melhor amiga.
Doroteia foi para o
Havaí e voltou com um namorado dez anos mais jovem do que ela, de cabelo
grisalho, homem muito charmoso.
As amigas,
boquiabertas, correram até uma agência de viagens.
Como bem dizem os
americanos, nada tem tanto êxito quanto o êxito.
* Isabel Furini é escritora e poeta
premiada, autora de “Eu quero ser escritor – a crônica”, do Instituto Memória,
Curitiba.
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