Vampiro
* Por
Gustavo do Carmo
Era
um vampiro e todos sabiam. Só entrava quando convidado. Por isso, seus colegas
de faculdade resolveram destruí-lo. Jogaram-lhe água benta. Agradeceu-os pelo
refresco. Tentaram queimá-lo com um crucifixo. Nada aconteceu. Acenderam um
refletor de câmera na sua cara. Seus olhos doeram muito.
A
turma de caça-vampiros da faculdade ficou animada. “Finalmente conseguimos.”,
disse a líder do grupo. Mas Vladimir não morreu. Até que eles lhe
cravaram uma estaca no coração. Golpe certeiro. Vladimir morreu na hora. Não
virou cinzas. Mercedes, líder do grupo, e seu namorado, Clementino, foram
presos em flagrante.
Vladimir
era um vampiro e todos sabiam. Não um vampiro sobrenatural. Não chupava sangue.
Sugava apenas a atenção e a paciência dos seus colegas. E mordia quando não lhe
davam importância.
É
claro que ele não morreu com a água benta, nem com o crucifixo. Sentiu a luz na
cara porque tinha fotobia. Só usava óculos escuros na faculdade. Mas levar uma
estaca afiada no coração ninguém resiste, né?
*
Jornalista e publicitário de formação e escritor de coração. Publicou o romance
“Notícias que Marcam” pela Giz Editorial (de São Paulo-SP) e a coletânea
“Indecisos - Entre outros contos”.
Bookess -
http://www.bookess.com/read/4103-indecisos-entre-outros-contos/ e
PerSe
-http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/WF2_BookDetails.aspx?filesFolder=N1383616386310
Seu blog, “Tudo cultural” -
www.tudocultural.blogspot.com é bastante freqüentado por leitores
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