Se ela soubesse
* Por
Rodrigo Ramazzini
Se ela soubesse que
penso nela todos os dias.
Se ela soubesse que não
foram poucas as vezes em que me peguei imaginando beijar os seus desenhados lábios.
E que sei de cor a geografia do seu corpo.
Se ela soubesse que
fico imaginando o nosso apaixonado entrelaçar de dedos em passeios no parque. E
que suspiro por ela a cada dormir do sol.
Ah! Se ela soubesse...
Se ela soubesse que
gosto de ouvir Marisa Monte e Djavan. E que por ela até aprenderia a tocar
violão para alegrá-la nos dias cinzentos.
E que eu adotaria um
visual para combinar com a sua elegância discreta.
Se ela soubesse que o
calor do meu corpo a aqueceria nas noites gélidas do inverno. E que nos dias de
calor, explorar o azul do mar seria o nosso destino.
E que aceitaria um amor
às escondidas, sem menções ou fotos em redes sociais. Estar aconchegado ao seu
lado é o que importaria.
Se ela soubesse dos percalços
fascinantes da minha história e que estou preparado para confortá-la junto ao
peito diante das despedidas inevitáveis da vida.
E que para entrar na sua
onda “saúde”, eu até faria um esforço e acompanharia as suas corridas diárias pelas
ruas que miram um horizonte infinito.
E que flores coloririam
o nosso dia a dia e a fragrância dos melhores perfumes aromatizaria os nossos sentimentos.
Se ela soubesse que,
intimamente, sou capaz de despertar o seu mais belo sorriso e que sei que a
felicidade está escondida nas coisas simples da vida.
E que, pasmem, eu
abriria mão do futebol na televisão nas quartas-feiras só para estar com ela.
E que tenho a
sensibilidade à flor da pele e fiquei com os olhos marejados assistindo “A
culpa é das estrelas”. E que até sucumbiria ao seu duvidoso gosto de olhar o
“Esquenta” aos domingos.
Ah! Se ela soubesse...
Se ela soubesse que vê-la
fascinante será a minha recompensa por esperar pacientemente durante horas as suas
mil experimentações de roupas antes de sairmos. E que participaria de seus
compromissos sociais mais enfadonhos com sorriso no rosto só por estar ao seu
lado.
E que ressaltaria as
suas virtudes aos quatros ventos e lhe perdoaria a cada involuntário deslize.
E aceitaria as suas
teses de filosofia de vida tiradas de livros de autoajuda...
Ah! Se ela soubesse!
Por ela, eu aprenderia
a dançar elegantemente e a dominar a arte do carteado.
E que a minha memória
não deixaria passar nenhuma data marcante do nosso calendário íntimo.
E que compreenderia todos
os meses as suas oscilações de humor durante a TPM.
E que, como um
adolescente apaixonado, lembraria o meu amor todos os dias.
Eu seria o mais
perfeito ser que já chegou perto da perfeição!
Dentre tantas, soubera
silenciosamente raptar o meu coração...
Ah! Se ela soubesse que
eu faria tudo isso só para tê-la ao meu lado...
Se ela soubesse... Talvez,
me quisesse...
Um dia, quem
sabe, eu tomo coragem e desnudo a minha alma para ela!
* Jornalista e contista gaúcho
Amor, secreto amor. Não confesse não, pois depois disso, acaba.
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