Hora da consulta
* Por
Eduardo Oliveira Freire
– Doutora, vou direto ao ponto, estou tendo um caso com Vandinha.
– Minha filha?
– Sim. Desculpa, doutora.
– Não tem problema. Mas, preciso lhe dizer que ela não presta.
– Como, doutora?
– Apesar de ser muito jovem é uma mulher vivida e manipuladora. Depois
não diga que não avisei.
– Realmente... tem uns papos estranhos de matar a senhora e seu marido.
Diz que vocês são maus para ela.
– Diz isto para todos. Quando era mais nova, inventou que nós abusávamos
dela. Ainda bem que conseguimos provar inocência. Agora, ela deu para ter casos
com meus pacientes. Você não é o único.
– Poxa, doutora, você é psicanalista e tem uma filha porra louca.
– Isto acontece nas melhores famílias, não é mesmo?... Você teve pais
maravilhosos e quando queria se drogar chegou a empurrar sua mãe da escada e
ela está sem poder andar até hoje.
– Isto são águas passadas, doutora... Bem, já avisei que estou saindo
com a sua filha; fiz a minha parte.
– Está usando preservativo?
– Pode deixar que não contaminarei sua filha. Fiz exame e estou limpo.
– Na realidade, estou preocupada com você. Ela se relacionou com muitos
homens e parece que gosta de transmitir doenças sexuais para outras pessoas.
Infelizmente, é difícil reconhecer: minha filha é uma erva daninha. Às vezes,
queria que ela sumisse da face da terra.
– Bem.. um dia, quando quiser, doutora, podemos negociar...
* Formado em
Ciências Sociais , especialização em Jornalismo cultural e
aspirante a escritor.
Absolutamente maligno! Sugestão: retire o "aspirante", por favor.
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