Seja a
cereja
* Por Paulo César de Carvalho
para Alex
Monteiro
quando a lua
estava torta
quando Inês
era morta
o diretor
gritava “corta”
eu lia Lorca
eu dava volta
como parafuso
errava confuso
perdia o fuso
berrava “nada
mais importa”
nada mais
importa
nada mais
importa
você chegou
com sua banda
bombando como
Carmem Miranda
você chegou
como bomba
arrombando a
porta
você chegou
chegando
chovendo na
minha horta
meu bem, vem
me beija, me
deseja
seja a cereja
da minha torta
nada mais
importa
nada mais
importa
nada mais
importa
·
Poeta,
advogado e professor, autor do livro “Toque de letra”, Editora
Nhambiquara.
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