terça-feira, 12 de fevereiro de 2013


Seja a cereja

* Por Paulo César de Carvalho

para Alex Monteiro

quando a lua estava torta
quando Inês era morta
o diretor gritava “corta”
eu lia Lorca
eu dava volta
como parafuso
errava confuso
perdia o fuso
berrava “nada mais importa”
nada mais importa
nada mais importa

você chegou com sua banda
bombando como Carmem Miranda
você chegou como bomba
arrombando a porta
você chegou chegando
chovendo na minha horta

meu bem, vem
me beija, me deseja
seja a cereja da minha torta
nada mais importa
nada mais importa
nada mais importa


·         Poeta, advogado e professor, autor do livro “Toque de letra”, Editora Nhambiquara. 

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