quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Fotografia íntima

* Por Sayonara Lino

Em uma oficina de fotografia surgem as seguintes questões: retratar alguém que amamos, de nossa intimidade. A capacidade de se auto retratar e de se enxergar em algo, ou seja, representar-se através de alguma coisa que esteja relacionada ao que sou, a quem sou (ou penso ser).

Começo o exercício através de minha filha, não como faço habitualmente - com certa pressa para não perder o instante - mas com muita calma, observação, paciência. Ajeito uma coisa aqui, experimento uma luz ali. Entre erros e acertos, alguma coisa sai. Até que ficou bacana.

O exercício é menos difícil quando o olhar se estende ao outro. Mas como me retratar, como me representar de uma forma sincera e interessante?

Achei adorável a proposta, pois permite um olhar diferente sobre mim, que estou em uma nova fase. Muitas coisas ficaram definitivamente para trás. Preciso me ressignificar e ver quem está aqui, agora.

Resquícios de quem fui certamente surgirão, já que alguns traços não mudam. Mas desejo ressaltar um outro lado, resgatar a alegria, a beleza, a leveza, dançar ao som do vento e abraçar o mundo.

Estou aproveitando a oportunidade para dar uma repaginada na alma. Tão agradável saber que podemos nos reciclar e viver de uma outra forma, mais amena. será um presente que terei o maior prazer em receber.

• Jornalista, fotógrafa e colunista do Literário

2 comentários:

  1. Que felicidade Sayonara, se redescobrir, poder
    resgatar a si mesma.
    Aproveite e seja feliz.
    Abração

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  2. Que lindo, Sayonara! "Preciso me ressignificar e ver quem está aqui, agora." Mostra coragem em mudar, desapego com o jeito passado, e a leveza do resultado da mudança; não da mudança em si, pois esta costuma ser difícil de extrair, quase um fórceps.

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