Revelação
* Por
Pedro J. Bondaczuk
Passo a passo este poeta se esgueira,
junto a você, senhora da minha emoção,
adormecida no tapete junto à lareira,
indiferente
à minha intensa inquietação.
Lá fora, o vento é frio, a noite é suja,
pesada cortina de silêncio abafa o mundo
só rompida pelo piar duma coruja
e o uivo de um cão, triste, profundo.
Você sorri, adormecida, em seu sonho,
lânguida e bela em sua descontração
enquanto extasiado, contudo tristonho,
paralisado, embevecido, mas sem ação
adoro-a criatura ímpar, musa preciosa
luz dos meus olhos, luz da minha vida
menina-mulher, mulher–menina garbosa
á minha mercê, confiante, adormecida.
O fogo consome a lenha na lareira,
o lume faz arabescos na parede
Anseio amá-la, corpo e alma, inteira
e em seus beijos saciar a minha sede.
Que surpresa, que intensíssima alegria
espanta a dúvida que me consome:
Dormindo, profundamente, você balbucia
com ternura, com carinho, o meu nome...
(Poema composto em
Campinas, em 14 de julho de 2011).
*
Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas
(atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e
do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe,
ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma
nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance
Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991
a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição
comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio
de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O
Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
Cenas do cotidiano de quem ama.
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