Olhar
* Por
Núbia Araújo Nonato do Amaral
Antigamente sabia de
cor quantas telhas havia no quarto de minha mãe. Já tentei contar as estrelas,
mas elas não permitiam e piscavam, piscavam a me confundir.
Contava as folhas da
amendoeira, contava as grossas gotas de chuva que marcavam o chão. Contava as
pétalas da margarida tentando ludibriar a mim mesma.
Contava as gotas de
lágrimas de nossa senhora e contava, contava, contava... Hoje, não tenho mais
telhas pra contar e o tempo vigia meus passos, cobrando meu olhar...
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
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