Liberdade de expressão
Peço licença ao leitor para mudar
temporariamente de assunto, neste nosso espaço nobre (até para me dar tempo de
aprofundar pesquisas), com a promessa de que voltarei a comentar, e ainda
bastante, como alguns dos mais importantes escritores abordaram em suas obras
das várias epidemias que dizimaram milhões de pessoas (e que ainda dizimam),
através do tempo. Para emitir comentários a propósito deste e de qualquer outro
assunto, tenho que formar opinião a respeito. E, para isso, óbvio, preciso ler
os livros a serem comentados, parte deles sem edição em português. E isso...
requer certo tempo.
Tratarei, hoje, de um tema que já
abordei “n” vezes, aqui mesmo e em tantos outros espaços, mas que sempre é
oportuno abordar. A atividade artística, notadamente a literária, tem, como
premissa fundamental, a liberdade de expressão. A Literatura e, claro, o
jornalismo. Ambos não comportam, pois, direcionamentos de temas, pautas com as
quais o redator não concorde, censuras e nada que atrapalhe, ou impeça, o
escritor (e o jornalista) de expressarem o que pretendam em seus textos com a
máxima fidelidade e clareza. Arte e Moral são compartimentos distintos e nunca
(ou raramente) andam juntos. Talvez aí, a ação do escritor e do jornalista se
diferenciem.
O único juiz, implacável e exclusivo,
de quem faz Literatura, o que decide de fato o sucesso ou o fracasso de quem se
aventure neste campo é, e sempre deve ser, o leitor. Apenas a ele cabe julgar o
que acha bom ou o que entende que seja ruim, deficiente, mal-escrito e
mal-expresso. Afinal, é ele que compra livros e movimenta a vasta indústria
editorial.
A única censura pertinente é a do próprio
escritor. Este precisa contar, sobretudo, com bom-senso na escolha do que e de
como irá escrever, para não cair, eventualmente, em ridículo publicamente.
Compete-lhe escolher livremente o tema que queira abordar, a forma de
explanação e a linguagem a utilizar, de conformidade com o seu estilo e de
acordo com o grau cultural do segmento a que seu texto se destine. Mas precisa
estar ciente de que será, sempre e sempre, julgado pelo leitor. Em caso de
agradá-lo, será premiado com a sua fidelidade. Se não...
Todavia, o escritor tem que respeitar,
sem nenhuma exceção, os cânones do idioma. Neste caso, não se trata, sequer, de
nenhum cerceamento à sua liberdade de expressão, mas de premissa básica e
lógica para quem aspire a essa condição. É para lá de óbvio para qualquer um
que ninguém jamais será escritor caso não saiba o que é primário e elementar:
ou seja, “escrever”.
O objetivo primordial da literatura é o
de comunicar – pensamentos, sentimentos, observações ou seja lá o que for – a
alguém. Não se trata, pois, de nenhum exercício de exibição de erudição e nem
de mera feira de vaidades. Quanto mais perito for o escritor, na captação da
atenção do leitor e na conquista da sua empatia e cumplicidade, maior será seu
sucesso nessa atividade. Pense nisso.
Boa leitura!
O Editor.
Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk
Lendo e aprendendo, abrindo horizontes, fechando alguma lacunas e criando outras ao longo da vida, mas nunca estática e opinando sempre (eu quase não uso sempre e nunca em minhas colocações, pois acho que são palavras que fecham tudo em sua volta).
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