Maria das flores
* Por Carmo Vasconcelos
Doloridas violetas traz nos olhos,
pelos dedos escorrem-lhe martírios,
e, tal em novena, ardem-lhe quais círios,
no peito amante, pálidos abrolhos.
Por que, teimosa, inda cultiva flores;
paisagens coloridas de desejos
que sonha salpicadas de ígneos beijos?...
Se na hora da colheita, colhe dores!
Alimenta-as de amor e rubro sangue,
porém os caules, meros lambareiros,
saciados, deixam-na... sozinha e exangue.
Florista acorrentada à fantasia,
só tem a flor-saudade nos canteiros…
Mas o sonho ainda habita na Maria!
• Maria do Carmo F. Vasconcelos de Figueiredo é poetisa portuguesa
domingo, 2 de setembro de 2012
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