terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vela e poesia

* Por Evelyne Furtado

Um halo cinza cobre a cidade.
Por onde anda o sol que antes a cobria?
Indaga a mulher encharcada
Sem se dar conta que chovia.
E como chovia naquele dia!
Cabelos em desalinho, pés frios, cabeça vazia.
Desprevenida a mulher seguia.
Falei em cabeça vazia?
Que erro de percepção!
Tinha ela corpo e alma povoados de sensações.
Mas para ser fiel à verdade, lhes digo:
Ela mirava a poesia
Mas eram tantos os pensamentos
Que não enxergava um palmo
Além do calor que a consumia.

• Poetisa e cronista de Natal/RN

Um comentário:

  1. Em Natal, a cidade do sol, um dia de chuva é raro. Mas caso único nos contou Urda Alice Klueger no seu livro Viagem ao Umbigo do Mundo. Num táxi, ela conversava com um taxista no Deserto do Atacama, se não me engano. Lá, as casas não têm telhado, pois não chove nunca. O motorista, de mais de 50 anos disse que uma única vez choveu. Urda perguntou:
    -Como foi?
    -Foi horrível! Ficou tudo molhado!

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