Hermanas
* Por
Evelyne Furtado
"Hermanas"
é assim que Márcio nos chama e vem daí o título desse texto
dedicado aos meus irmãos, porém, Márcio não é o primeiro da
lista e como irmã mais velha vou por ordem nessa crônica.
Ela
nasceu quando eu tinha perto de três anos e tem direito ao primeiro
lugar. Tem um nome lindo, mas fora mamãe que o escolheu, ninguém a
chama de Ana Lívia. Para nós e todos os amigos ela é Mana e Mana
ama a vida.
Está
lá no MSN dela: "eu amo a vida" e essa frase a define
muito bem.Mana ama filho, marido, mãe, a irmã do filho, irmãos,
sobrinhos, tios, primos e amigos. Ela ama a ginástica, ama o
trabalho, ama as viagens, ama brincar com crianças, ama sua casa,
ama dançar, ama viver. Mana ama e cada vez eu a admiro mais por
isso.
Somos
muito diferentes, mas nos respeitamos. Quando eu sou emoção ela é
ação. O que me amedronta, a ela dá coragem, mesmo que desmaie
depois, mas essa é outra história. Enquanto eu morro de preguiça
de fazer atividade física ela não vive sem academia. Se eu sonho,
ela realiza planos.
Salve
as diferenças, pois nos completamos e contamos uma com a outra.
Agora
sim volto a falar sobre Márcio. O único irmão que deu a mim e a
Mana motivos para morrermos de raiva na adolescência, hoje nos enche
de orgulho.
Márcio
não se envolve na vida de ninguém se não for chamado a ajudar. Ele
agrega, lidera, faz a festa. Reúne todos em torno do seu coração e
de seu ótimo papo.
Meu
irmão é um homem íntegro acima de tudo. Sua voz lembra a do nosso
pai, suas atitudes perante os outros e sua inteligência também.
Dizer
isso dele é dizer muito. Ele sabe disso. Nós todos que o conhecemos
também. A ele eu dedico My Way, na voz de Sinatra ou de Elvis (ele
gosta das duas versões) e ele vai adorar tenho certeza.
E
chego à irmã caçula. A raspa do tacho de mel de rapadura. Melissa
nasceu quando eu tinha 14 anos, então é uma irmã-quase-filha.
Assim
Mel cresceu, sendo paparicada por pais e irmãos mais velhos. Plena
de amor, teve carinhos a mais, de forma a compensá-la pela perda do
pai aos dez anos.
Ao
contrário do que se poderia pensar, esses cuidados não a fizeram
mais mimada que aos demais. Mel, talvez por ter sido um pouco minha
filha é quem acho que mais se asemelha a mim.
Em
alguma fase da vida éramos muito parecidas fisicamente, hoje nos
identificamos em outros aspectos. Ela escolheu a mesma carreira que
eu, mas exerce o direito com muito mais prazer e o faz no atendimento
ao publico mais carente.
Mel
é sensível como eu sou, porém mais assertiva. É inteligente,
justa, brava e doce. Derrama-se em afagos, mas sabe brigar. Brincava
de ser tia desde os dez anos e tornou-se uma mãe dedicada há quase
três. Mora fora e enche de alegria quando chega de mala e cuia nessa
casa que também é dela.
Ter
irmãos como esses é muito bom e devo dar graças a Deus todos os
dias.
25
de outubro de 2008.
*
Poetisa e cronista de Natal/RN
Inveja doce do amor que tem pelos irmão. Também tenho três, um homem e duas mulheres, mas não somos amigos.
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