Maria
das flores
* Por
Carmo Vasconcelos
Doloridas
violetas traz nos olhos,
pelos
dedos escorrem-lhe martírios,
e,
tal em novena, ardem-lhe quais círios,
no
peito amante, pálidos abrolhos.
Por
que, teimosa, inda cultiva flores;
paisagens
coloridas de desejos
que
sonha salpicadas de ígneos beijos?...
Se
na hora da colheita, colhe dores!
Alimenta-as
de amor e rubro sangue,
porém
os caules, meros lambareiros,
saciados,
deixam-na... sozinha e exangue.
Florista acorrentada
à fantasia,
só tem
a flor-saudade nos canteiros…
Mas
o sonho ainda habita na Maria!
-
Maria do Carmo F. Vasconcelos de Figueiredo é poetisa portuguesa
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