As maiores inimigas da vida humana
A quantidade de livros que, de uma forma ou de outra, citam
mortais – diria catastróficas – epidemias, é tão grande, que daria para
preencher uma biblioteca das mais alentadas, de milhares e milhares e milhares
de volumes e, ainda assim, a maioria das obras do tipo, que já foram escritas,
ouso afirmar, ficaria de fora. São tantas, que não há quem consiga catalogar,
digamos, 10%, se tanto, das que já foram produzidas. As omissões, portanto,
ficariam por conta do desconhecimento de quem se propusesse a fazer esse tipo
de levantamento. Ouso dizer que vírus e bactérias causaram mais mortes de seres
humanos, ao longo do tempo, do que todas as guerras já travadas, que não foram
poucas, somadas, responsáveis pela morte possivelmente de bilhões. Foram
inúmeras as ocasiões em que a peste bubônica, o cólera morbus, a varíola, a
febre amarela e tantas e tantas outras epidemias quase extinguiram a espécie
humana da face da Terra.
Vários fatores contribuíram para que isso acontecesse.
Pode-se citar, entre estes, a falta de higiene das pessoas, uma alimentação
inadequada e contaminada por agentes patogênicos, total ignorância de medidas
mínimas, elementares, de prevenção mediante uma vida saudável e, sobretudo, do
total desconhecimento dos agentes causadores dessas “desgraças”. As epidemias,fosse
qual fosse a doença, até tempo relativamente recente, eram atribuídas exclusivamente
a “castigos dos deuses” (não importa a que divindade as pessoas as atribuíam).
Eram relacionadas com coisas que na verdade não têm nenhuma relação. A mais
comum, eram as passagens de cometas, tidas como anúncios de catástrofes e de
tragédias, entre as quais a peste. Se esses corpos celestes vindos dos confins
do Sistema Solar atingissem a Terra, até que esse pânico generalizado se
justificaria. Mas desde que o Homo Sapiens povoa o Planeta, não se tem notícia
de nenhum que tivesse colidido com nosso domo cósmico. Aliás, caso houvesse,
não restaria ninguém para relatar as conseqüências.
Bastava, porém, e não faz muito tempo, que algum desses
bólidos de gelo e poeira aparecesse no céu, para que histéricas multidões
lotassem templos e igrejas, das várias religiões existentes, na tentativa de se
“protegerem” da peste bubônica, do cólera, da varíola etc.etc.etc., mediante
preces, jejuns, autoflagelações, promessas várias, procissões e súplicas ás divindades.
Como nenhuma epidemia se manifestasse após a passagem dos cometas, pois uma
coisa não tem a mínima relação com outra, atribuía-se o fato ao atendimento
divino das preces. Muito charlatão fez fama como “intercessor”, aproveitando-se
da ignorância dos crédulos.
A descoberta de vírus e bactérias é coisa relativamente recente,
de duzentos anos para cá, se tanto. E mesmo com a miraculosa evolução das
ciências biológicas, da Medicina, da Farmacologia, das medidas de higiene, do saneamento,
do tratamento da água e de tantas outras medidas de prevenção (entre as quais,
a vacinação), a humanidade ainda não conseguiu se livrar desses flagelos,
inclusive dos que há milênios dizimam multidões (como a peste bubônica e o
cólera). Isso, reitero, a despeito dos recursos que a humanidade dispõe hoje, o
que não passava na cabeça nem do mais delirante sonhador dos nossos antepassados.Basta
citar, como exemplo, o que aconteceu no início do século XX, quando a gripe
espanhola matou mais de vinte milhões de pessoas mundo afora. Ou o que ocorreu
(e ainda ocorre) com a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, a Aids, que
embora esteja relativamente sob controle, já causou milhões de mortes e
continua matando os que não adotam as medidas de prevenção recomendadas. Ou a
tragédia recentíssima causada pelo Ébola, em várias regiões da África.
Além das doenças, digamos, tradicionais, novas aparecem, volta
e meia, e se tornam epidêmicas, em decorrência da absurda devastação das
florestas da Terra e cujo controle é complicadíssimo, demandando, não raro,
anos de pesquisa, para serem controladas. E se eventualmente não forem? Essa é
uma possibilidade que não pode, jamais, ser desprezada. Ou pode? Daí muita
gente (entre as quais me incluo) entender que a maior ameaça à nossa espécie –
entre as inúmeras existentes, tão conhecidas de todos e tão reais que dispensam
enunciação – é a de alguma epidemia, que eventualmente fuja por completo ao
controle, nos elimine a todos.
Exagero? Longe disso! É até possível que a ameaça maior, e
que sequer cogitamos ou suspeitamos, se trate de alguma “arma bacteriológica”,
que cientistas insensatos e amorais (e estejam certos que eles existem)
pesquisem, financiados pelos impostos que pagamos, ou que já tenham pesquisado,
ou que ainda venham a pesquisar!!!. Nunca se sabe! Por dinheiro, muitas pessoas
já fizeram, fazem ou farão qualquer coisa, por mais absurda, criminosa e irracional
que seja. Inclusive criar letais instrumentos que causem a eliminação de
semelhantes, aí incluindo seus ascendentes e descendentes, e elas próprias. Não
se pode esquecer, jamais, das hediondas experiências feitas por médicos e
biólogos alemães, tendo prisioneiros dos campos de concentração nazistas por
cobaias. Imaginem se eles tivessem criado uma arma bacteriológica! Se já
aconteceu uma vez (aliás, mais de uma, pois os japoneses fizeram coisa parecida
na China, em 1937, quando invadiram esse país), nada garante que nunca mais
volte a acontecer a utilização da ciência biológica para fins que não sejam
exclusivamente para debelar doenças. Afinal... a insensatez (e a cega cobiça)
de muita gente (infelizmente) não tem limites.
Boa leitura.
O Editor.
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Novo brilho, Pedro. Nesta semana está se tornando rotina.
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