* Por Eduardo Oliveira Freire
FUGA
Ele: Qual é seu nome?
Ela: Como quer que eu me chame?
Ele: De onde é?
Ela: De onde acha que eu vim?
Ele: Não quer me revelar quem é você?
Ela: Prefiro interpretar a personagem que você construiu. Assim, fujo um pouco de mim.
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DEPOIMENTO
- É uma coisa que não consigo controlar. Quando vejo alguém em desespero, o leite escorre em meus seios. Quando dou por mim, estou dando de mama para um necessitado. Minha família não me entende, tem vergonha de mim. Me internaram e eu alimentava os loucos desprovidos de tudo. Agora, sinto que você, que me ouve, está sofrendo... Meu sutiã está encharcado de leite. Quer se aconchegar em meu colo?
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ENCANTO
Se encontraram, se amaram e, num instante, se tornaram passado de um e de outro. Anos depois, em sonhos, refaziam o mesmo itinerário: Passeavam na praça e, depois, faziam amor num quarto emprestado de um amigo já esquecido pelo tempo. Nunca desejaram se reencontrar, eram felizes com as respectivas famílias. Não queriam quebrar o encanto das lembranças.
* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor
Pungentes histórias que, no que têm na objetividade, derramam em profundidade.
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