terça-feira, 25 de agosto de 2009




Para que germinem as flores que plantei

* Por Evelyne Furtado

Acordo para a vida com portas fechando-se em meu rosto. Enquanto a minha ingenuidade espera a chegada do rapaz da floricultura, a vida envia um telegrama com uma palavra apenas: "não". O que eu faço com tantos nãos vida afora? Guardá-los, jamais. Aprenderei com eles, talvez.

Como diz um grande amigo: um não, muitas vezes significa um sim da vida que ainda não compreendemos. Prefiro essa versão. As flores eu mesma posso colher. Das que recebi, o perfume ainda faz parte de mim.

A liberdade almejada vem acompanhada de solidão. Mas já fui solitariamente triste sem ser livre. A sensibilidade tem me acompanhado sempre e sou honesta com meus sentimentos. Assim tento abrir novas portas e largo sementes no caminho, torcendo para que germinem as flores que plantei.

* Cronista e poetisa de Natal/RN

3 comentários:

  1. Nos primeiros momentos da ruptura, o que nos mantém de pé, ou quase( algumas vezes mal conseguimos abrir os olhos, largadas que ficamos), é a Esperança. Ela nos faz imaginar telefonemas, cartas, e-mails, ou torpedos reconciliatórios que nunca chegam. Então vem mesmo o tempo, e nos diz que devemos reduzir a carga de culpa, por termos amado demasiadamente. Ah, Evelyne, em conta-gotas já te vejo esboçando um sorriso. Tem muito mar, muito sol e muita luz em sua Natal. O verde tem uma intensidade que não vi em outro lugar. Vai amiga, saia ostentando essa Liberdade que conseguiu. Abrace-se com ela e vá brilhar. Somos capazes de nos reinventar todos os dias. Você também! A vida é maravilhosa!

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  2. Que os "nãos" da vida floresçam latifúndios de "sims" pra você, amiga. Belas e sábias linhas, estas suas. Maravilha.

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  3. Espero que seu amigo tenha razão, Evelyne...Gostei da sua crônica.
    Beijo
    Risomar

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