segunda-feira, 24 de agosto de 2009




Ida

* Por Cácio Machado da Silva

Quando eu morrer
quero partir bem velhinho
e
se
me for permitido escolher,
que seja dormindo

num domingo de quermesse
em sono profundo e tranqüilo,
para não sentir
a dor da passagem.

Muitos estarão lá
me esperando
para meu auxílio.

E aqui,
além de saudades,
deixarei um corpo
bem vestido
com um terno de bom gosto,
cabelo bem penteado
e,
para lembrança dos outros
um leve sorriso no rosto.

* Poeta

2 comentários:

  1. Como poesia lembra poesia, me recordei de um poeta gaúcho, ali do meio dos anos 1970, o Renato Modernell. Num de seus poemas curtos dizia assim

    Quatro linhas para Vilma

    Se me for possível pensar antes de morrer
    não usarei este momento para pensar.
    Mas escolherei em mim a presença mais pura
    para morrer lembrando.

    ResponderExcluir
  2. Muy grato pela publicação. Um forte abraço literário. Cácio Machado da Silva

    ResponderExcluir