sábado, 3 de fevereiro de 2018


Cinzas do tempo

* Por Francisco Simões

A maré,  a vazante,
O mar retirante
Recua  diante
Da minha tristeza,
Presa de lembranças,
Represa de imagens,
Personagens, história
Que desenhei na memória
Com as cinzas do tempo.
Um dia de sol,
Trevas  na  alma,
Um momento,  uma calma,
A pausa na dor.
Um alento, uma passagem,
Entre o amor e a amargura,
Entre a  culpa e a tortura.
A frescura,  a brisa
Me seduz,  me abraça,
Festeja,  me envolve
E assim me devolve a paz
Que  deseja  ficar
Mas, fraqueja e passa.
Um dia de sol,
A praia,  a vida,
Na contrapartida
O escuro,  o mergulho
Na saudade antiga,
Amiga,  inimiga,
Refúgio,  pensar,
Que agora me obriga
A rever e chorar.
 
* Jornalista, poeta e escritor.

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